domingo, 14 de junho de 2009

A vida em revista...


Existem coisas que acompanham a gente durante toda a vida. Minha paixão por revistas é uma delas. Posso passar horas folheando-as e dali, daqueles momentos podem sair uma infinidade de idéias. Quando trabalhava com publicidade, as revistas eram meu cigarro, aquele momento de “pause”, no decorrer de um dia de trabalho puxado. Quando vinha o branco das idéias, o nada, eu achava ali nas revistas, uma foto, uma palavra que acendia a luz da criatividade. Até hoje, quer dizer, principalmente agora que trabalho com arte, as revistas são fontes eternas de inspiração, mesmo as que não tem como tema, o patchwork, ou a costura. Meus olhos precisam de cores e formas, precisam da beleza de uma foto, de um texto...Minha alma criativa se alimenta também dessas publicações.

Hoje voltando pra casa depois de quase uma hora na sessão de revistas de uma livraria, vinha pensando em como as revistas que compramos ao longo da vida vão mudando de acordo com a nossa idade ou fase. Para mim a primeira assinatura foi da Capricho. Ali eu encontrava muitas das respostas que uma adolescente cheia de dúvidas buscava. Depois me peguei interessada na revista Nova, voltada para mulheres já nem tão meninas. Era a época da faculdade. Minha amiga Maria Luiza era leitora assídua e eu terminei sendo também. Não que a gente só lesse isso, mas era alí que buscávamos algumas receitas “falidas” de como fisgar aquele alguém, ou como sermos mulheres modernas e seguras.(Eu não acredito que escrevi isso!).

Depois da faculdade vieram as revistas de moda, decoração e a Marie Claire, que tenho assinatura até hoje, mas que não me agrada muito como antes. Eram necessárias ao meu labor de publicitária. Vivendo numa pequena cidade do interior do Ceará, trabalhando na primeira e única agência de propaganda, eu necessitava de referências. E como! Mas também passei um bom tempo sem comprar nenhuma publicação, a não ser às vezes a Caros Amigos. Foi uma época de repensar a mídia . Durou mais ou menos 1 ano. Aprendi a odiar a Veja e outras tantas. Como até hoje as abomino. Não compro mais a Nova, acho que ali tem a ditadura da mulher fatal que necessita de orgásmos duplos pra ser feliz. E eu acredito em outros caminhos de felicidade.

Agora estou numa fase que nunca imaginei chegar: Revistas de noiva. Pra quem me conhece isso parece piada, mas confesso que elas têm me dado ânimo para organizar meu casamento. Pois é, Micheline Matos vai casar! E segundo a minha irmã Janice, essas revistas empolgam até a noivas nada tradicionais como eu.

E para quem com 36 anos ainda não abriu a fábrica de fazer filhos, pode apostar que as próximas leituras serão coisas do tipo: Pais e filhos, crescer...


Revistas tem 80% de conteúdo fútil, muito de propaganda e bem pouco de utilidade, mas fazer o quê se desde criança sou louca por elas? No meu diário de bebê esta escrito na questão primeira travessura: Rasgar as revistas do papai. Isso explica alguma coisa?


Micheline Matos
14/06/2009