sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Sagitário e o espelho...

Bariloche-Argentina, 2005

Ali eu não me via mais como menina, mas ainda vislumbrava correr o mundo, como se isso fosse a única felicidade da vida. Nessa época meu pai já tinha ido embora, assim como minha veia de poesia. Nessa tarde quando o sol caía e inundava esse espelho d´água em Bariloche, eu procurava uns caquinhos de mim. Com a cola que junta pedaços fui redesenhando novos contornos e me vendo no espelho, comecei a aceitar os novos traços.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Ali na curva dei de cara com a tristeza...


Tem frases que soam como uma bomba. Os ouvidos parecem ter pressa em transmitir ao coração, ali onde estão abrigados de forma figurada os mil sentimentos do ser.Tudo está no cérebro eu sei, mas tem coisas que sinto bem no peito. Uma dor, alguma carne trêmula. E tenho muito ódio da língua que em muitos desses momentos se finge de morta e passa a batata quente para os olhos, que indefesos não têm saída senão molhar a face. No fim tudo sobra para os dedos que apressados como quem titubeia no escuro, buscam registrar o infeliz momento. E como falamos ao vento! Coisas que jamais diríamos se pensássemos um pouco no que irá significar para o outro.

Micheline 18.08.2009