sábado, 31 de julho de 2010



De uma coisa fiquem certos
não adianta colocar uma cancela
imaginando que o amor estará seguro
não adianta represa
quando o sentimento deseja ir embora
vai tão forte e violento como água de afluente
penetrando no mar.
o encanto se vai feito via de mão única, sem retorno
A vestimenta do amor é um alvará de soltura
impresso em negrito
quando o amor olha disfarçado para o portão aberto
é sinal de que as suas malas já estão prontas.


Roubei esses versos de uma grande amiga poeta Rachel Alves.

quarta-feira, 28 de julho de 2010


Tem dias que me parece extremamente necessário ler um poema. Um não. Vários!É uma fome hedionda de palavras soltas...nesses dias me alimento de Mário Quintana e sinto minha alma alcalmar, sentar num galho de árvore, como na infância na fazenda do meu bisavô. Só com a alma quieta, ainda em transe, consigo voltar para os meus fragmentos de textos, reler o que escrevi, respirar fundo e seguir desenhando mais um mapa desse dia.

sexta-feira, 16 de julho de 2010


"A melodia interna é a que os governa.
Tudo mais, em verdade, são ruídos".


Roubando Drummond para descrever minha confusão interna.Uma briga de hormônios, fantasias e realidades nessa tarde de inverno gelada, onde nenhum chá é capaz de abrandar o frio dessa alma.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Sobre minha paixão por literatura infantil poucos sabem. Sou capaz de passar horas na sessão infantil da livraria. Ali encontro a menina que mora em mim, a mesma que brincava de mulher maravilha com uma toalha amarrada no pescoço, a mesma que subia em árvores, brincava de circo e brigava no futebol. Essa menina que mora em mim de vez em quando sopra ao meu ouvido, versões infantis de histórias reais, mescladas com camadas de ficção, como essa abaixo.




Uma história de fadas I


Era uma vez um menino que caminhava pelo mundo colecionando borboletas. Ele não acreditava em fadas, era um caçador que viajava por todos os cantos do planeta, alguns diziam que até na China ele já tinha pisado. Caça, mas nunca matou uma borboleta sequer. Guarda todas num imenso viveiro imaginário de flores, onde lá dentro mora até um arco íris.

Contavam pela floresta que ele trazia no braço um escorpião negro. Devia ser algum talismã. Mas o que o caçador fazia com um sorriso era o que todos mais comentavam. Diziam que tinha um sorriso de estrelas. Isso mesmo! De estrelas. Era luz de uma constelação inteira e isso atraia todo tipo de borboletas, até as que ele não enxergava beleza. O caçador já tinha perdido a conta de quantas borboletas havia caçado ao longo da vida.

Também diziam que ele não acreditava em fadas. O caçador costumava dizer que esses seres não existem porque não podem sair dos livros infantis. Todos da floresta conheciam pelo menos uma fada, no entanto o homem estava seguro que em seu caminho só borboletas e flores fazem o colorido. As borboletas o alertavam lembrando que, para aqueles que não acreditam em fadas, o verdadeiro amor nunca irá cruzar o caminho. Ele ria inundando o verde da floresta de luz.

Numa dessas viagens viu sair de uma ventania, uma luz muito forte e ele nem estava sorrindo. O mar estava bem perto e a lua minguante brilhava no céu. Naquela mesma noite o caçador decidiu seguir a luz que o levou até uma cabana no meio do mato. Ali, em cada janela havia uma mandala pintada e de manhã quando o sol entrava, as mil cores invadiam o ambiente. Há histórias que contam que quem dormia ali naquela cabana ficava pra sempre preso dentro de uma mandala. Diziam que os rastros que as fadas deixavam eram: mandalas, cheiro de incenso e perfume de jasmim. Mas como o caçador não dava ouvidos a esse tipo de lenda e muito menos acreditava em fadas, entrou e foi tomado por um sono incrível...terminou dormindo em poucos minutos, assim como se a alma tivesse descansado, sem desejos de encontros. Ele só queria chegar até o mar e lembrar de um tempo em que a vida parecia mais leve.