segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Mais chuva...


Quando eu via chuva cair assim sem parar, sempre me lembrava de quando eu era criança e como a chuva na nossa cidade era sinônimo de festa, pois só acontecia pouquissimas vezes ao ano. As vezes era necessário invocar aos céus com música pedindo água. As mulheres se juntavam na igreja pedindo água do céu para as plantações, para não deixar o gado morrer de sede. Chuva na minha infãncia vinha trazendo prosperidade. Crianças brincando na rua, gente grande se misturando, correndo em busca das melhores bicas d´água. Mas o tempo anda estranho e a chuva anda perdendo a poesia. A água tem caído sem parar, sem tempo de parir arte. O homem por trás desse tempo anda querendo pintar o céu como o verdadeiro monstro, quando na verdade é ele o hediondo inconsequente. É o homem que nos faz boiar nessa terra de veias intupidas de concreto.

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