segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Minha história de amor com as pedras

Enquanto não paro para escrever sobre o novo, posto textos antigos retirados de um velho blog que estou desarrumando.Textos que indubitavelmente ainda fazem parte do que sou.




Olho a foto de Machu Pichu assim como se as montanhas tivessem encrustadas não só na parede da minha sala, mas dentro de mim mesma. O que tem pra me dizer essa cidade morta? O que são esses sonhos caóticos estampando minhas noites? Essas ruínas que caminho sem direção, tentando resgatar um passado o qual não domino, o qual se quer recordo.

Limpo os cristais da estante, penso em presenteá-los com uma fonte. Difícil recordar a primeira vez que catei uma pedra. Talvez tivesse uns 9 anos, dali em diante virei colecionadora.Tinha pedras de todas as cores, formas e tamanhos. Meu pequeno guarda roupa virou um verdadeiro depósito de caixas repletas de pedras. Um dia minha mãe deu o ultimato: Ou joga pelo menos a metade fora ou eu mesma faço.

Olhar uma a uma e escolher quais ficariam foi uma tarefa angustiante.Talvez eu como os incas, já desde a infância acreditasse que dentro de cada rocha existisse um espírito, uma identidade...Havia uma comunicação sutil entre eu e aquelas pedras. Talvez uma sombra do que acreditei numa outra vida, ou quem sabe um traço presente dos meus antepassados.

Desde então carrego pedras comigo. Em cada lugar especial que passo, cato uma de recordação. Tenho um profundo respeito por esses minerais. Dentro de um saquinho vindo de Machu Pichu, guardo as runas, 25 pedras (de São Tomé das Letras) conselheiras e companheiras de círculo, formam minha fortaleza energética em noites enevoadas e mal assombradas. Guardam consigo meus cantos e danças, além da temperatura exata das minhas lágrimas, sejam de tristeza ou de agradecimento.

Se esse amor mineral pulsa tão intenso dentro de mim, só pode ter um sentido.Trilhas para um portal de comunicação entre meu passado e presente, mapas incompletos que vão se mostrando devagarinho, de acordo com a minha fé. Deixa eu ir cantar pra elas...

Cuiabá- MT 12.11.99

4 comentários:

  1. Amei esse post, pois sinto que deveria ter uma ligação maior com esse reino tão mágico... Beijos.

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  2. Nunca é tarde para se aproximar! Esse reino é realmente incrivel!

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  3. Oi Micheline, adorei seu blog,e essa postagem está uma graça.
    As pedras tbém me inspiram e me encantam ,independente de tamanho ou forma, elas são incríveis.

    abraço!

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  4. Oi sil já fui la conhecer o seu também!beijos,obrigada!

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