quarta-feira, 15 de setembro de 2010


Eu já fui mais fiel a escrita. Sentava quase todos os dias e travava a velha guerra entre caneta e papel branco. As vezes sinto medo que essas horas façam uma viagem pra nunca mais voltar, assim como fez a poesia. Convivo com tantas frases soltas na mente...Vão fazendo uma procissão e formando parágrafos, no entanto a mão já não pára tanto pra ouvir. Digo a mim mesma que é uma fase. Ando talvez, concretizando as palavras em arte com linha, como alguém ja me tranquilizou aqui. Hoje vou deixar Clarice Lispector falar por mim, como muitas vezes falou. Hoje estou lembrando de 2006, um ano em que nadei em dúvidas, mas ousei pular sem pára-quedas num abismo e fui acolhida pela mão divina que se extende aos que não tem medo de tentar.

"Entregar-me ao que não entendo será pôr-me a beira do nada.Será ir apenas indo, como uma cega perdida num campo. Essa coisa sobrenatural que é viver. O viver que que eu havia domesticado para torná-lo familiar".

2 comentários:

  1. Estou nessa nebulosa de frases esparsas que, se não se aglutinam, acabam por me consolar intimamente. Clarice continua a me surpreender, com sua mágica fantasmagoria.
    Preciso voltar mais vezes entre seus passos: é sempre um bálsamo.
    Tenha uma ótima semana.
    Abraços.

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  2. Traduziu-me!
    Com palavras ou com linhas, você está sempre a bordar!
    Um beijo bem grande.

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